terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O que é filosofia? Battista Mondin


Que é filosofia?[1]
Por Battista Mondin

                Filosofia é a palavra de origem grega que significa literalmente “amigo da sabedoria” (philos sohias). Narra-se que o termo foi inventado por Pitágoras, que certa vez, ouvindo alguém chama-lo sábio e considerando este nome muito elevado para si mesmo, pediu que o chamassem simplesmente filósofo, isto é, amigo da sabedoria.
                A filosofia é conhecimento, forma de saber que,  como tal tem esfera própria de competência, a respeito da qual procura adquirir informações válidas, precisas e ordenadas. (...) No dizer dos filósofos, estuda todas as coisas.  Aristóteles, que foi o primeiro a fazer pesquisa rigorosa e sistemática em torno desta disciplina, diz que a filosofia estuda “as causas últimas de todas as coisas; Cícero define a filosofia como “o estudo das causas humanas e divinas das coisas”; Descartes afirma que a filosofia “ensina raciocinar bem”; Hegel entende-a como “o saber absoluto”. Poderíamos citar muitos outros filósofos que definem a filosofia ora como estudo do valor do conhecimento, ora como a indagação do fim último do homem, ora como o estudo da linguagem, do ser, da história, da arte, da cultura, da política, etc. (...)
                Enquanto as ciências estudam esta ou aquela dimensão da realidade, a filosofia estuda o todo, a totalidade, o universo tomado globalmente. A filosofia estuda toda realidade ou, ao menos, procura oferecer explicação completa e exaustiva de esfera particular da realidade.




[1] MONDIN, Batista. Curso de Filosofia. Trad. Benôni Lemos. SP: Paulus, 1981, V.1, Pág. 7 e 8.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Teoria do Conhecimento - Adriana de Paula


Teoria do Conhecimento

           Chamamos Teoria do Conhecimento a área da filosofia que investiga as questões sobre o conhecimento. Definimos conhecimento como a apropriação de dados que o sujeito realiza intelectualmente. Para tanto é necessário existir um sujeito do conhecimento, que por definição é aquele que conhece, e um objeto do conhecimento que por definição é aquilo que é conhecido.  A relação entre sujeito do conhecimento e objeto do conhecimento, denominamos ato do conhecimento.
            Existem alguns modos de relacionarmos o sujeito e o objeto do conhecimento, a isto chamamos modos ou tipos de conhecimento. Os modos ou tipos de conhecimento são denominados segundo a forma ou meio pela qual ele (o conhecimento) é alcançado, ou seja, se o conhecimento adquirido tem como com meio os sentidos humanos (tato, olfato, paladar, audição e visão), o denominaremos de conhecimento sensível; se o conhecimento tem como meio a capacidade intelectual do ser humano (dotado de razão), o denominaremos de conhecimento racional;  se o conhecimento tem como meio a fé do ser humano, ou seja sua capacidade de crer, o denominaremos conhecimento de fé.
            Na Teoria do Conhecimento é comum vermos diferentes correntes filosóficas defendendo argumentos distintos quanto à questão do conhecimento, principalmente por que para conhecer é necessário um processo complexo que envolve habilidades diferentes do ser humano. É importante, lembrarmos que não é possível pensar o tema do conhecimento sem envolver e refletir ou distinguir algumas áreas da filosofia como a ontologia, a metafísica ou epistemologia. Isto porque, por exemplo, o objeto do conhecimento é investigado pela ontologia que visa saber sobre o ser e a existência das coisas, já a metafísica vai ainda mais fundo e tendo também como investigação objeto do conhecimento especifica-se em um estudo sobre a essência do ser, aquilo que vai além das condições físicas. Já com relação a epistemologia, devemos ter cuidado para não confundir, pois esta por sua vez visa um estudo detalhado do objeto do conhecimento estritamente quanto ao campo de pesquisa no diferentes ramos da ciência.
            Assim podemos perceber como é amplo e profundo o campo que começamos a trabalhar, já que a partir de tais argumentos, posturas e questões vão se desenvolver diferentes correntes e doutrinas filosóficas (que veremos a seguir) tais como: a Teoria das Ideias, o Ceticismo, o Dogmatismo, etc.


A Emoção Estética - R. Jolivet


A Emoção Estética

            Sabemos que a emoção estética envolve uma gama de afetos e por isso ela é considerada complexa, no entanto podemos distinguir com clareza os seguintes elementos:


1)     A Satisfação

As coisas belas , como já vimos, proporcionam satisfação. Diz-se comumente, que elas são fontes de prazer. Mas a palavra prazer está muito carregada de significado sensível para ser perfeitamente utilizada neste contexto. O termo satisfação possui um aspecto mais espiritual (sem excluir o elemento que está sempre presente no sentimento estético) e convém melhor para definir esta emoção tão particular e sensível de uma tal intensidade que nasce da percepção da beleza.
Entretanto, pode-se discernir também, na emoção estética, o traço de uma certa tristeza, que provém do sentimento do que há de precário, de frágil, de transitório na beleza finita, ou seja, que possui fim. Ora, toda beleza comporta uma existência de eternidade, como toda satisfação deseja eternizar-se. Aqui, na emoção estética, é manifestada a impressão de que a beleza sensível está submetida às condições de corrupção e dissolução da matéria em que ela se acha realizada. Assim, tem-se podido falar da “pungente doçura” (sensação aguda de doçura) das coisas belas.


2)    A Admiração

As coisas belas provocam a admiração, isto, é o espanto e o respeito. Elas espantam pelo que comportam de perfeição inesperada, de visão original e penetrante, de associações singulares, de combinações audaciosas. Inspiram uma espécie de respeito sagrado, pela revelação que trazem do mundo secreto das formas e, sobretudo, pela manifestação do poder que exercem sobre a inteligência humana. O homem se sente subjugado pela beleza e reverencia, pois sente nela (a beleza) uma força espiritual.


3)    A Simpatia

O sentimento estético aparece de modo superior aos demais afetos, como um sentimento social. Ele é fator de simpatia ou de alegria em comum. Quem quer que goze a beleza aspirar a comunicar a outro sua emoção, a compartilhar sua admiração. A beleza consegue realmente fazer vibrar as almas em uníssono, criar uma espécie de unidade espiritual, em virtude justamente de seu caráter gratuito. A beleza, como tal, está além das causas de diversões e conflitos.

As Belas Artes - R. Jolivet


As Belas Artes


            Considerando o objeto próprio de cada uma das belas-artes, obtém-se a seguinte divisão:

1)   O grupo das artes plásticas

As artes plásticas são as que utilizam as formas sensíveis compactas e sólidas e produzem as obras imóveis. Este grupo compreende:

a)    A arquitetura, que atinge a beleza pelo equilíbrio e as proporções agradáveis das massas pesadas que ela utiliza.

b)    A escultura,  que atinge à beleza pela perfeição com a qual chega a expressar as atitudes e os sentimentos das formas vivas, e particularmente do homem. Ela pode exprimir o movimento, mas fixando em um de seus momentos.

c)    A pintura, que visa exprimir pelo jogo de cores, as relações das formas sensíveis entre si. A pintura pode obter por seus próprios meios, certos efeitos que envolvem a arquitetura ou a escultura. Ela consegue, em particular, fixar de uma maneira mais suave do que a escultura, e até em suas variações mais úteis, as expressões da face.

2)   O grupo das artes em movimento
As artes deste grupo (música, dança e poesia) produzem obras que são essencialmente móveis, situadas no tempo.
a)    A música: A arte musical comporta, como elementos constitutivos, o ritmo, elemento fundamental, resultante da desigualdade dos tempos,  a melodia, que se origina no acento, e surge diretamente da linguagem, espécie de canto, a harmonia, fundada na simultaneidade de melodias.

b)    A coreografia:  A arte da dança tem alguma coisa de mista, pois a dança participa da escultura pelas atitudes de movimento que põe em jogo , da arquitetura pelos equilíbrios de grupos, que realiza, da música de que toma o ritmo próprio, dando-lhe uma espécie de tradução plástica.

c)    A poesia: O que se chama arte literária é alguma coisa de complexo, que oscila entre a expressão das ideias abstratas e poesia, que é uma das belas artes. A poesia pode tender como a pintura, a descrever formas sensíveis. Ela possui seu encanto próprio, devido ao ritmo mais ou menos suave e harmonioso que dirige o desenrolar do discurso verbal e que é, quando não independente do sentido, ao menos outra coisa diferente do sentido das palavras.







Relatividade. Maurits C. Escher, 1953

Apresentação (da Filosofia) - Gabriel Chalita


Apresentação (da Filosofia)
Gabriel Chalita

                A palavra filosofia deriva de dois termos gregos: filo (philia = ”amizade”) e sofia (sophia = “sabedoria”). Filosofia significa, portanto “amizade pela sabedoria”, ou “amor pelo saber”.
                Há várias formas de estudar filosofia. Todos os temas cadentes do mundo em que estamos vivendo podem ser enquadrados pela óptica da razão e do conhecimento filosófico. Na verdade, nada escapa à lente filosófica. Questões como ética, lógica, religião, política, metafísica, ciência, estética se entrecruzam em vivências que experimentamos diariamente.
                A ansiedade de saber faz parte da natureza humana. Nas questões mais prementes que preocupam os grandes pensadores aos embates internos de cada ser humano, em tudo, mesmo que intuitivamente, podemos observar a prática filosófica.
                A história da filosofia, seja ela antiga, medieval, moderna ou contemporânea, apresenta temas e correntes e desafiantes. Estudá-los sob o prisma da História não exclui o caráter da problematização das formulações, nem a sua atualização como objeto. Buscou-se, sempre, o caminho da aprendizagem sóciointeracional.
                A habilidade de debater, de tirar as próprias conclusões, requer a competência de conhecer, de mergulhar com profundidade no pensamento de determinado autor ou na corrente filosófica que se requer discutir. Não podemos criticar um pensador antes de compreendê-lo. Como amigos da sabedoria, devemos ter a humanidade de nos aproximarmos do universo do conhecimento a ser descortinado. E, aí sim, transformá-lo.
                O conhecimento é transformador!
Procurarmos aguçar a curiosidade, fonte de toda sabedoria. Como amantes da sabedoria, somos antes de tudo inquietos. Somos pessoas que percorrem as veredas do saber em busca da alethea (verdade), para que nos livremos de preconceitos e de radicalismos.
                Filosofar envolve, fundamentalmente, uma mudança de postura diante da vida, avaliando a verdade das explicações que nos foram impostas e estabelecendo, se necessário, novas regras para o jogo. Passamos assim, a ver o mundo de maneira diferente, com olhar mais atento e mais certeiro.
                Conhecendo as coisas além dos seus aspectos superficiais, e percebendo sua razão de ser, estaremos mais próximos de uma condição, podemos lutar pela dignidade humana. Todas essas possibilidades dependem, em última análise, do amor que temos pela vida e do respeito que nutrimos por nós mesmos.

Arte - Gabriel Chalita



Arte
Por Gabriel Chalita

            A palavra arte deriva do latim ars, que, por sua vez, traduz o termo te grego téchné, significando um certo “saber fazer” e, especialmente, “um saber produzir  algo de acordo com certos métodos ou modelos”. Da noção grega de téchné deriva a palavra técnica e o conceito atual de conhecimento técnico.
            Em nossa língua é possível usar o termo em vários sentidos. É frequente falarmos da arte de cozinhar, da arte de curar, da arte de construir casas, referindo-nos a cozinheiros, médicos e pedreiros como detentores de uma arte. Nesse sentido, arte significa “determinada técnica para fazer ou produzir alguma coisa”, supondo o exercício de uma habilidade adquirida pela experiência e fundada num determinado conhecimento.
            Mas falamos também de belas artes e, nesse caso, tomamos a palavra em sentido estético, referindo-nos às “obras realizadas pela inspiração e pelo gênio artista”. É nesse sentido que chamamos artistas aos escultores, pintores, músicos e bailarinos, por exemplo.
            Essa simultânea dualidade e unidade de significado do termo surge na Grécia e mantém-se em nossos dias. Apenas no século XVIII a palavra arte passou a designar também a atividade humana que visa a produção de obras belas.

Através da história da filosofia, a arte foi sendo definida como:

·         Imitação ou mimese (com Platão e Aristóteles);

·         Criação, produção a partir do próprio artista e dos elementos que utiliza (com os românticos e simbolistas);

·         Expressão do mundo e do homem a partir das representações do artista;

·      Comunicação, por meio de determinados processos ou sinais significativos de determinas mensagens ou da simples vontade de comunicar (com os estruturalistas);

           Exteriorização no sensível e por meio dele, do espírito absoluto (Com Hegel);

·         Produção social, ao nível das infraestruturas de ordem social e econômica (com Marx);

·         Sublimação da libido (com Freud e seus seguidores);

Primeira saudação

    Olá! , caríssimos leitores!

     Escolham seus textos e divirtam-se.
     Boa leitura e reflexão!

    Atenciosamente,
    Professora Adriana de Paula