terça-feira, 5 de março de 2013

Teoria das Ideias


Teoria das Ideias
Por Gabriel Chalita[1]

                Para compreender a doutrina platônica, o primeiro conceito a considerar é a do mundo das ideias. Segundo Platão, haveria um mundo imaterial, eterno e imutável, totalmente separado do mundo sensível (o universo material, que percebemos por meio dos cinco sentidos), a que só temos acesso por meio da razão.
                Nesse plano da realidade estão as ideias, que não são simples cogitações presentes na mente dos homens; elas são, na verdade, realidades que existem por si mesmas, independentes do pensamento e de todas as coisas materiais.
                De maneira semelhante a Heráclito, Platão afirmava que o mundo sensível é um fluxo eterno. Mais exatamente, a doutrina platônica considera que as coisas materiais são meras aparências, sempre se transformando, e que não permitem por isso chegar a nenhum conhecimento verdadeiro. Para alcançar a verdade, o homem deveria dirigir sua inteligência para as ideias, para além do mundo sensível.
Muitas vezes, Platão serviu-se de mitos para ilustrar seu pensamento. Eram narrativas que ele criava especificamente para facilitar a compreensão de sua doutrina. Iremos acompanhar uma dessas  histórias na adaptação de A República. (Nosso próximo texto)
Nessa narrativa, o mundo das ideias corresponderia ao exterior da caverna, e o interior obscuro seria o mundo das aparências, o universo material tal como é conhecido pelos homens por meio dos cinco sentidos.
Segundo Platão, a realidade de tudo está no mundo das ideias. Assim, haveria ideias correspondentes a todos os objetos, aos seres e coisas da natureza, virtudes, entidades matemáticas (linha, círculo, ponto, etc.), formas, cores, características da matéria (dureza, mobilidade, calor, etc.), atividades, sentimentos, etc. A ideia suprema é o Bem, que se identifica no mito da caverna com o Sol.
O Universo, como nós conhecemos, teria sido criado por um deus inferior, o demiurgo[2], que teria modelado o mundo com base nas ideias, usando uma matéria preexistente e disforme. No entanto, essa cópia seria imperfeita e inferior ao mundo das ideias.   





[1] CHALITA, Gabriel.Vivendo a filosofia. São Paulo: Ática, 2009. pg. 49, 50 e 51.
[2]  Do grego demiourgos, significa "artesão, artífice". Platão escolheu essa palavra para designar o deus que, em sua doutrina, criou o mundo material.

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