segunda-feira, 1 de abril de 2013

Ceticismo Clássico


O Ceticismo1

            O fundador dessa escola filosófica foi Pirro (c. 360-c.272 a.C.) Estudante do pensamento brâmane2, sua escola pregava um ideia radical: a de que seria impossível conhecer verdadeiramente qualquer coisa.
            Os céticos admitiam que a realidade existia, mas afirmavam que o ser humano não teria nenhum instrumento para atingir a verdade de qualquer coisa. Em outras palavras, a filosofia deveria ser uma negação do saber, não uma busca.
            A principal consequência dessa ideia é que todos os valores sociais – que regem o comportamento e as relações entre os homens – deveriam ser desprezados. Segundo os céticos, para atingir a felicidade o indivíduo deveria dirigir uma indiferença absoluta aos costumes e aos acontecimentos da vida. O homem feliz seria aquele que tivesse atingido o estado de ataraxia, palavra grega que designa a impertutrbalidade, o estado de paz tal como é concebido pelo ceticismo.
            A própria palavra ceticismo diz respeito as ideias desses pensadores: deriva do vocábulo grego askesis, que significa “ exercício de reflexão”, “meditação”. Cético, ao pé da letra designa uma pessoa pensativa, absorvida em si mesma e, portanto, “ausente” do mundo.








1.      CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. São Paulo: Editora Ática. 3º Ed. 2009. Páginas 69 e 70.

2.      A palavra brâmane se origina do sânscrito brahman, que significa “princípio supremo”, “essência do mundo”. Refere-se à doutrina religiosa estabelecida na Índia entre 1000 e 500 a. C. a partir dos Vedas (livros sagrados). Pregava a existência de inúmeras divindades que governariam o mundo e tinha como elemento central o sacrifício, cuja função era homenagear e obter o favor dos deuses. Por volta do século V a. C., surgiu um ramo do bramanismo, representado pelos iogues. Essa escola pregava a ideia de que os homens deveriam renunciar aos acontecimentos do mundo e aplicar-se numa prática espiritual e física por meio de ginástica e exercícios respiratórios que o pusessem em contato com a essência do Universo.

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