O
Ceticismo1
O fundador dessa escola filosófica foi Pirro (c.
360-c.272 a.C.) Estudante do pensamento brâmane2, sua escola pregava um ideia radical: a de que seria
impossível conhecer verdadeiramente qualquer coisa.
Os céticos admitiam que a realidade existia, mas afirmavam
que o ser humano não teria nenhum instrumento para atingir a verdade de
qualquer coisa. Em outras palavras, a filosofia deveria ser uma negação do
saber, não uma busca.
A principal consequência dessa ideia é que todos os
valores sociais – que regem o comportamento e as relações entre os homens –
deveriam ser desprezados. Segundo os céticos, para atingir a felicidade o indivíduo
deveria dirigir uma indiferença absoluta aos costumes e aos acontecimentos da
vida. O homem feliz seria aquele que tivesse atingido o estado de ataraxia, palavra grega que designa a impertutrbalidade, o estado de paz tal
como é concebido pelo ceticismo.
A própria palavra ceticismo diz respeito as ideias desses
pensadores: deriva do vocábulo grego askesis,
que significa “ exercício de reflexão”, “meditação”. Cético, ao pé da letra
designa uma pessoa pensativa, absorvida em si mesma e, portanto, “ausente” do
mundo.
1.
CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. São
Paulo: Editora Ática. 3º Ed. 2009. Páginas 69 e 70.
2.
A palavra brâmane se origina do sânscrito
brahman, que significa “princípio
supremo”, “essência do mundo”. Refere-se à doutrina religiosa estabelecida na Índia
entre 1000 e 500 a. C. a partir dos Vedas (livros sagrados). Pregava a
existência de inúmeras divindades que governariam o mundo e tinha como elemento
central o sacrifício, cuja função era homenagear e obter o favor dos deuses.
Por volta do século V a. C., surgiu um ramo do bramanismo, representado pelos
iogues. Essa escola pregava a ideia de que os homens deveriam renunciar aos
acontecimentos do mundo e aplicar-se numa prática espiritual e física por meio
de ginástica e exercícios respiratórios que o pusessem em contato com a
essência do Universo.
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